Amém!
Pelo retrovisor enxergamos tudo ao contrário. Letras, lados, lestes. O relógio de pulso pula de uma mão para outra e na verdade... nada muda. A criança que me pediu dez centavos é um homem de idade, no meu retrovisor. A menina debruçando favores toda suja, É mãe de filhos que não conhece. Vendeu-os por açúcar, Prendas de quermesse. A placa do carro da frente se inverte quando passo por ele. E nesse tráfego acelero o que posso. Acho que não ultrapasso e quando o faço nem noto. O farol fecha... Outras flores e carros surgem em meu retrovisor. Retrovisor é passado. É de vez em quando... do meu lado. Nunca é na frente. É o segundo mais tarde... próximo... seguinte. É o que passou e muitas vezes ninguém viu. Retrovisor nos mostra o que ficou; o que partiu. O que agora só ficou no pensamento. Retrovisor é mesmice em dia de trânsito lento. Retrovisor mostra meus olhos com lembranças mal resolvidas. Mostra as ruas que escolhi... calçadas e avenidas. Deixa explícito que se vou pra frente. Coisas ficam para trás.A gente só nunca sabe... que coisas são essas.
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